Obesidade e Refluxo
Descubra como o excesso de peso pode estar sabotando seu esôfago e agravando o refluxo — e o que realmente funciona para reverter isso!

Assista ao vídeo completo sobre a relação entre obesidade e refluxo gastroesofágico
ENTENDA A RELAÇÃO
A Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) é uma das condições gastrointestinais mais comuns no mundo. Ela acontece quando o conteúdo do estômago retorna para o esôfago de forma frequente, causando sintomas como azia, queimação retroesternal e regurgitação ácida.
Nos últimos anos, o número de pessoas com refluxo tem aumentado, e um dos principais fatores associados a esse crescimento é a obesidade. (1)
POR QUE A OBESIDADE FAVORECE O REFLUXO?
O excesso de peso, especialmente quando a gordura está acumulada na região abdominal, aumenta a pressão intra-abdominal que acaba dificultando o fechamento adequado do esfíncter esofágico inferior. (2)
Funciona assim: você mastiga o alimento na boca e, quando engole, ele passa pela garganta (orofaringe) e desce por um tubo chamado esôfago. O esôfago é apenas uma via de passagem entre a boca e o estômago. No final dele, existe o esfíncter esofágico inferior, que age como uma "válvula": permite a passagem do alimento apenas no sentido esôfago → estômago, impedindo que o suco gástrico volte.
Quando essa "válvula" não funciona direito, ocorre o refluxo. É aquela sensação de queimação no fundo da garganta depois de comer em excesso, por exemplo.
Além disso, a obesidade contribui para o refluxo porque está associada a:
- Maior produção de substâncias inflamatórias que prejudicam o funcionamento do trato digestivo.
- Esvaziamento gástrico mais lento, prolongando o contato do ácido com o esôfago.
- Alterações hormonais (como níveis mais altos de leptina e grelina), que influenciam a motilidade gastrointestinal.
QUAIS SÃO OS RISCOS?
A DRGE não se resume apenas à azia. Quando não controlada, pode causar:
- Esofagite (inflamação do esôfago).
- Estenose esofágica (estreitamento por cicatrização).
- Esôfago de Barrett (alteração no revestimento do esôfago, considerada lesão pré-maligna).
- Aumento do risco de câncer de esôfago.
Em pessoas com obesidade, a chance de complicações é ainda maior, tornando o diagnóstico precoce e o tratamento fundamentais. (3)
O QUE PODE SER FEITO?
O tratamento envolve mudanças no estilo de vida, medicamentos e, em alguns casos, cirurgia. Para quem tem excesso de peso, o emagrecimento é a estratégia mais eficaz: estudos mostram que a redução do peso corporal está diretamente associada à melhora dos sintomas de refluxo. (4)
Para entender melhor: quando um paciente com DRGE tem indicação de cirurgia para tratar a doença, mas também sofre de obesidade mórbida (grau III), a cirurgia indicada passa a ser a bariátrica. Nesse caso, é a perda de peso que proporciona a melhora do refluxo. (5)
Ou seja: o verdadeiro vilão, muitas vezes, não é apenas o refluxo — mas sim o excesso de peso.
Medidas que podem ajudar contra a DRGE incluem:
- Reduzir o consumo de alimentos gordurosos, café, álcool e refeições volumosas.
- Evitar deitar-se logo após comer.
- Manter a cabeceira da cama elevada.
- Uso de inibidores da bomba de prótons, como omeprazol e pantoprazol.
Entretanto, em muitos casos, o melhor tratamento é o emagrecimento!
CONCLUSÃO
A obesidade não é apenas um fator estético, mas uma condição que repercute em diversos órgãos e sistemas. A Doença do Refluxo Gastroesofágico é um dos exemplos mais claros de como o excesso de peso pode impactar a qualidade de vida e a saúde gastrointestinal.
Perder peso não apenas reduz os sintomas de refluxo, como também diminui o risco de complicações graves. Cuidar do peso é, portanto, cuidar do esôfago, do estômago e, principalmente, da saúde como um todo.
REFERÊNCIAS
- Xie M, Deng L, Fass R, Song G. Obesity is associated with higher prevalence of gastroesophageal reflux disease and reflux related complications: A global healthcare database study. Neurogastroenterology & Motility. 2024 Jan 31: p. e14750.
- Siboni S, Bonavina L, Rogers B, Egan C, Savarino E, Gyawali P, et al. Effect of Increased Intra-abdominal Pressure on the Esophagogastric Junction - A Systematic Review. Journal of Clinical Gastroenterology. 2022 Dec: p. 821-830.
- Valezi, Herbella AM, Schlottmann, Patti M. Gastroesophageal Reflux Disease in Obese Patients.
- Ness-Jensen E, Lindam A, Lagergren J, Hveem K. Weight Loss and Reduction in Gastroesophageal Reflux. A Prospective Population-Based Cohort Study: The HUNT Study. American Journal of Gastroenterology. 2013 Mar: p. 376-382.
- Conselho Federal de Medicina. Conselho Federal de Medicina. [Online].; 2025 [visitado em 2025 08 18. Disponível em: https://portal.cfm.org.br/noticias/cfm-atualiza-regras-para-realizacao-de-cirurgia-bariatrica-e-metabolica.
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