Emagrecimento

Obesidade e Gordura no Fígado (Esteatose Hepática)

Você já fez um ultrassom e recebeu o diagnóstico de gordura no fígado? Entenda os riscos e como tratar essa condição cada vez mais comum.

Dr. Eduardo Paglioni
25 de janeiro de 2025
5 min de leitura
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Obesidade e Gordura no Fígado (Esteatose Hepática)
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Obesidade e Gordura no Fígado (Esteatose Hepática)

Você já fez um ultrassom e recebeu o diagnóstico de gordura no fígado? Ou já ouviu alguém dizer que descobriu a esteatose hepática e que "não era nada grave"? Pois é, esse é um dos enganos mais comuns quando falamos dessa condição.

A gordura no fígado, ou esteatose hepática, é cada vez mais frequente e pode trazer sérios riscos para a saúde se não for diagnosticada e tratada corretamente.

O que é a esteatose hepática?

O fígado é um dos órgãos mais importantes do corpo, responsável por diversas funções, como metabolizar nutrientes, armazenar energia e eliminar toxinas. Um pequeno acúmulo de gordura no fígado é normal, mas quando essa quantidade passa de 5% do peso do órgão, já é considerado doença.

O grande problema é que a esteatose, na maioria das vezes, não dá sintomas no início. Muitas pessoas descobrem por acaso, em um ultrassom de rotina ou durante exames solicitados por outros motivos.

Por que a gordura no fígado acontece?

A principal causa é a obesidade, especialmente a gordura abdominal. Mas existem outros fatores que aumentam o risco:

- Resistência à insulina e diabetes tipo 2 - Colesterol e triglicérides elevados - Consumo excessivo de álcool - Uso de certos medicamentos

Uma forma simples de entender: o fígado funciona como uma esponja que filtra tudo o que entra no corpo. Quando há excesso de energia (principalmente vinda de açúcares e gorduras), esse fígado começa a acumular gordura em excesso.

Como a esteatose pode evoluir?

No início, a esteatose é apenas o acúmulo de gordura no fígado. Se não houver mudanças no estilo de vida, ela pode evoluir:

- **Esteatose simples** → só gordura acumulada - **Esteato-hepatite** → gordura associada à inflamação - **Fibrose hepática** → formação de cicatrizes no fígado - **Cirrose** → dano avançado, risco de insuficiência hepática - **Câncer de fígado** em alguns casos graves

Ou seja, o que parecia "apenas uma gordura no fígado" pode se transformar em um problema muito sério ao longo dos anos.

Sintomas e sinais de alerta

Na fase inicial, a esteatose não costuma dar sintomas. Quando aparecem, os mais comuns são:

- Cansaço frequente - Desconforto abdominal no lado direito - Alterações nos exames de sangue (TGO, TGP, GGT aumentados)

Por isso, exames de rotina são fundamentais para detectar precocemente o problema.

Relação entre obesidade e gordura no fígado

Mais de 70% das pessoas com obesidade apresentam algum grau de esteatose hepática. Isso acontece porque o excesso de gordura abdominal aumenta a resistência à insulina, favorecendo o depósito de gordura no fígado.

E esse acúmulo não prejudica apenas o fígado. Ele piora o controle da glicose e do colesterol, aumentando o risco de diabetes, hipertensão, infarto e AVC.

Diagnóstico

O principal exame para identificar a esteatose é o ultrassom de abdome. Em alguns casos, podem ser solicitados exames complementares, como elastografia ou até biópsia, quando há suspeita de inflamação e fibrose. Exames de sangue também ajudam a monitorar a função hepática.

Tratamento e prevenção

A boa notícia é que a esteatose hepática pode ser revertida. As medidas mais eficazes são:

- **Perder peso de forma saudável:** uma redução de 7 a 10% do peso corporal já melhora muito o quadro - **Alimentação equilibrada:** reduzir açúcares, frituras e ultraprocessados. Priorizar alimentos naturais, ricos em fibras, proteínas magras e gorduras boas - **Praticar atividade física regularmente:** ajuda a reduzir gordura no fígado e aumenta a sensibilidade à insulina - **Evitar álcool em excesso:** o consumo regular acelera a progressão da doença - **Acompanhamento médico:** monitorar exames e ajustar tratamento conforme necessidade

Conclusão

A gordura no fígado é um problema muito comum, mas não deve ser ignorado. Ela está diretamente associada à obesidade, diabetes e colesterol alto, e pode evoluir para doenças graves, como cirrose e câncer hepático.

A boa notícia é que, com diagnóstico precoce e mudanças no estilo de vida, é possível reverter o quadro e recuperar a saúde do fígado.

Se você já recebeu esse diagnóstico, não deixe para depois. Converse com seu médico, cuide da sua alimentação e pratique atividade física regularmente. Seu fígado — e sua saúde como um todo — agradecem.

Referências

- Sociedade Brasileira de Hepatologia. Esteatose Hepática Não Alcoólica - Chalasani N, et al. The diagnosis and management of non‐alcoholic fatty liver disease: Practice guidance from the American Association for the Study of Liver Diseases. Hepatology, 2018 - Organização Mundial da Saúde (OMS). Obesity and overweight

Tags

#esteatose hepática#gordura no fígado#obesidade#fígado

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